A cirurgia (prostatectomia radical) ou a radioterapia são as principais opções para o tratamento do câncer de próstata. Muitos homens enfrentam a difícil tarefa de escolher o melhor tratamento.
Entender o funcionamento de cada técnica, assim como os possíveis efeitos colaterais, é fundamental.
Em seu canal no Youtube, o Dr. Bruno Benigno (CRM SP 126265), urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, esclarece de forma objetiva as diferenças e benefícios de cada uma das técnicas.
Confira o vídeo abaixo ou continue lendo para saber mais:
O médico começa esclarecendo que radioterapia e cirurgia são modalidades diferentes de tratamento. A radioterapia utiliza a radiação ionizante, que é semelhante a radiação solar, uma espécie de queimadura com uma partícula de alta energia invisível e indolor.
O paciente realiza esse procedimento acordado, sem necessitar de anestesia, mas as suas doses não podem ser dadas de uma vez só, o paciente tem que receber essa dose aos poucos diretamente no local de foco do câncer por um período de 25 à 30 dias seguidos.
Como a radioterapia faz o efeito dela no tecido da próstata?
Quando a radiação é aplicada em qualquer tecido do nosso corpo, ela rompe a estrutura da molécula do DNA, que está contida em todas as células normais e do câncer. Essa ruptura da molécula leva a um mecanismo de morte celular programada chamado de ‘’apoptose’’, em que a célula ‘’desaparece’’ e é absorvida pelo sistema imune.
A dose de radiação apresenta uma ‘’faixa de segurança’’ - conhecida como faixa de tratamento - , e quando é ultrapassada pode ser danosa para o tecido, resultando em uma queimadura.
Contudo, a radiação pode atravessar as estruturas do corpo do paciente e machucar outros órgãos importantes, como a bexiga e o intestino, que ficam próximos à próstata, causando outros diagnósticos como inflamação por radiação da próstata, da bexiga e do reto.
Com a evolução dos métodos desse tratamento, esse efeito é menos comum, mas pode acontecer.
O Dr. Benigno pontua que a radioterapia é indicada em particular para homens:
Com idade avançada, acima de 70 anos;
Que apresentam problemas de saúde e a cirurgia poderia trazer um risco para a vida daquele indivíduo;
Que já foram operados e ficaram sem câncer por muitos anos, mas a doença voltou.
Quando o paciente apresenta câncer de próstata intermediário e de alto risco, a radioterapia tem que ser feita juntamente com bloqueadores de testosterona, e esse bloqueio pode apresentar efeitos colaterais como perda de massa muscular, perda de líbido, queda da testosterona (objetivo) e alguns outros sintomas dependendo do organismo do paciente.
Para entender melhor quais são os tipos de câncer de próstata, confira o vídeo abaixo:
Em termos de chance de cura, tanto a radioterapia quanto a cirurgia conseguem entregar a mesma probabilidade de cura. A diferença está relacionada aos efeitos colaterais que cada uma pode ter.
Como é feita uma cirurgia para o câncer de próstata?
A prostatectomia radical é a remoção completa da próstata, em que a mesma e as vesículas seminais são removidas, preservando o músculo que controla a urina e os nervos da ereção.
Este procedimento pode ser feito de três formas:
Cirurgia aberta: um único corte é feito abaixo do umbigo até a região dos pelos pubianos, e o cirurgião com a mão e com a utilização de ‘’pinças’’ remove a próstata;
Videolaparoscópica: uma evolução da técnica anterior em que o cirurgião não coloca a mão diretamente no abdômen do paciente, ao invés disso ele introduz uma câmera e finas pinças (em torno de 4) ao redor do umbigo do paciente e através destes equipamentos o especialista consegue enxergar dentro do abdômen do paciente, fazendo com que ele tenha uma visualização melhor durante a cirurgia, menos dor no pós operatório, uma recuperação mais rápida, e maior chance de preservar o esfíncter urinário (o que diminui as chances de incontinência urinária) e os nervos da ereção.
Robótica: procedimento semelhante à cirurgia por vídeo, mas neste caso são inseridas pinças com flexibilidade na ponta que garantem movimentos mais delicados e precisos durante o procedimento, e uma câmera 3D que amplia até 15 vezes a visão para o cirurgião, o que causa um pós-operatório ainda melhor para o paciente, diminuindo o sangramento, as dores e risco de infecção.
Antes de ser levado para a sala de operação, o paciente precisa passar por uma avaliação anestésica e cardiológica. Em relação à recuperação, o paciente costuma ficar internado de 24 a 36 horas após o procedimento e uma sonda pela uretra é necessária por 7 sete dias.
A vantagem é que é um evento único, não são várias ‘’sessões separadas’’ de cirurgia e que a queda do PSA já aparece rapidamente após a cirurgia, e na radioterapia pode demorar meses e até um ano para que atinja o valor mínimo.
A cirurgia é utilizada quando a doença está localizada, sem metástases (doença fora da próstata, espalhada por outros órgãos do organismo), para homens que já tem sintomas urinários intensos e dificuldade para urinar e com próstatas de qualquer tamanho (a radioterapia se limita até 70g).
Os pacientes com menos de 75 anos são os melhores candidatos para a operação.
O Dr. Bruno reforça que essas recomendações não têm intenção de substituir a orientação de nenhum urologista e nem para servir como indicação médica, apenas colocar como um conteúdo informativo para quem procura saber sobre o assunto e como são os critérios utilizados pelos médicos para indicar o tratamento personalizado para cada indivíduo.
Nós, da Clínica Uro Onco, seguimos à disposição. Conte conosco.
Caso ainda restem dúvidas, entre em contato, é um prazer poder ajudar.
Escrito por: Sofia Carnavalli | Assessoria de Imprensa do Dr. Bruno Benigno
Como que o paciente sabe se depois da cerurgia radical foi preservado os nervos da ereção