São Paulo 10 de Outubro de 2023 | Esta semana falei à Revista EXAME sobre os impactos da inteligência artificial na saúde Brasileira.
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Inovação e Inteligência Artificial: A Revolução Silenciosa na Saúde Brasileira
Em um cenário onde a tecnologia e a medicina entrelaçam-se cada vez mais intensamente, a saúde brasileira vivencia uma revolução silenciosa, mas profundamente impactante. A inteligência artificial (IA) não apenas permeia, mas redefine os contornos da prática médica, desenhando um futuro onde diagnósticos e tratamentos são cada vez mais precisos, personalizados e eficazes.
A Ascensão da Inteligência Artificial nos Hospitais Privados
Um estudo recente conduzido pela Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), entre julho e setembro deste ano, revela um dado surpreendente: 62,5% dos hospitais privados do Brasil já implementaram a inteligência artificial de alguma forma, seja na esfera clínica ou administrativa. A IA, nesse contexto, não é apenas uma ferramenta, mas uma aliada estratégica, potencializando diagnósticos mais acurados e personalizando tratamentos.
Felipe Cabral, coordenador da Anahp e gerente médico de saúde digital do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, destaca: “A IA não só possibilita diagnósticos mais precisos, mas também auxilia na personalização do tratamento, monitoramento contínuo de pacientes crônicos em casa e aprimoramento das pesquisas médicas, propiciando um avanço significativo na descoberta de novos tratamentos”.
A IA e a Antecipação Diagnóstica
A capacidade de cruzar dados e informações dos pacientes já permite, em alguns casos, identificar indivíduos mais suscetíveis a determinadas doenças, como o câncer. Bruno Benigno, urologista e oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, ressalta que, embora a IA seja uma ferramenta poderosa, ela não substituirá os médicos, mas sim, se tornará uma aliada tão fundamental quanto o bisturi. “A medicina mudou. Os médicos que não utilizam inteligência artificial provavelmente serão substituídos por aqueles que utilizam”, afirma Benigno.
A Tecnologia a Serviço da Priorização de Casos Críticos
A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (Fidi), que realiza mais de 5 milhões de exames por ano e se destaca como a maior prestadora de serviços por imagem do Sistema Único de Saúde (SUS), também emprega algoritmos no processo de avaliação de exames clínicos para identificar os casos mais graves. Osvaldo Landi Júnior, gerente médico de inovação e dados da Fidi, explica que os exames com achados críticos são priorizados na lista de trabalho dos radiologistas, garantindo a atenção necessária no menor tempo possível.
IA e Saúde Pública: Um Futuro Possível
No âmbito da saúde pública, a tecnologia de ponta poderia ser empregada para identificar casos mais graves que necessitam ser priorizados no acesso a procedimentos de alta complexidade. Landi aponta ainda que a análise de dados também pode ser uma estratégia vital para identificar populações desassistidas, avaliar a oferta e demanda para serviços de saúde e fundamentar decisões de políticas públicas.
A integração da IA na saúde brasileira não é apenas uma tendência, mas uma realidade que se desdobra diante de nós, reconfigurando práticas e redefinindo o que é possível no universo médico. A medicina, agora entrelaçada com a tecnologia, caminha para um futuro onde a precisão, personalização e eficácia tornam-se não apenas desejáveis, mas tangíveis e presentes no cotidiano da saúde no Brasil.
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