PSA, Testosterona e um "Inimigo Silencioso": O Alerta que Salvou a Vida de um Paciente de 55 Anos
- Dr. Bruno Benigno

- há 2 dias
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Uma análise detalhada de como a expertise médica e a tecnologia de ponta transformaram um diagnóstico incerto em uma história de cura.
Por Dr. Bruno Benigno | Leitura estimada: 6 minutos
Imagine um homem jovem, de 55 anos, ativo e sem qualquer sintoma. Ele vive sua rotina normalmente, faz reposição de testosterona para manter a vitalidade e realiza seus exames de rotina. Aparentemente, tudo está sob controle. No entanto, em um intervalo de apenas doze meses, um único número em seu exame de sangue dispara um alarme silencioso, mas ensurdecedor para um olhar treinado.
Este não é um roteiro de ficção, mas um caso real e recente que atendi em meu consultório. E compartilho esta história hoje porque ela ilustra, com clareza cristalina, como a medicina de precisão e, fundamentalmente, a intuição cirúrgica baseada em dados, são a diferença entre um tratamento paliativo e a cura definitiva.
O "Salto" do PSA: O Primeiro Sinal de Fumaça
O paciente chegou a mim em busca de uma segunda opinião. Seu histórico mostrava um PSA (Antígeno Prostático Específico) que se mantinha estável em torno de 2,4 a 2,5 ng/mL. Subitamente, de um ano para o outro, esse valor saltou para 10,75 ng/mL.
Para muitos, isso poderia ser apenas um efeito colateral da reposição hormonal ou uma inflamação passageira. No exame físico, o toque retal não revelou nada; a próstata parecia normal. O inimigo estava escondido.
Não nos demos por satisfeitos com a "normalidade" aparente. Solicitamos imediatamente uma Ressonância Magnética Multiparamétrica, uma ferramenta que considero indispensável na urologia moderna. O exame revelou o que os dedos não podiam sentir: um nódulo classificado como PI-RADS 4 — uma lesão com alta probabilidade de câncer clinicamente significativo.
O Dilema do Diagnóstico: Quando a Biópsia Conta Apenas "Metade da Verdade"
A biópsia confirmou nossas suspeitas: Adenocarcinoma de próstata. O Gleason (escore que mede a agressividade das células tumorais) apontava para um grau 7 (4+3), o que classificamos como risco intermediário.
Aqui reside o ponto de virada deste caso. Se seguíssemos estritamente o "protocolo padrão" para um risco intermediário, poderíamos ter optado por uma cirurgia convencional, menos abrangente. Mas os detalhes gritavam outra história:
Volume da Doença: Dos fragmentos retirados na biópsia, 8 estavam comprometidos. Mais de 30% da amostra era câncer.
PSA Elevado: O valor acima de 10 já o colocava em uma zona de risco maior para metástase.
A biópsia é uma fotografia de um momento, mas não é o filme inteiro. Ela nos dá indícios, mas pode subestimar a realidade em até 30% dos casos. Minha experiência dizia que estávamos lidando com algo mais perigoso do que os papéis mostravam.
A Estratégia Cirúrgica: Antecipando o Pior para Garantir o Melhor
Diante desse cenário, solicitamos um PET-CT com PSMA, o exame mais sensível do mundo para rastrear células de câncer de próstata. O resultado? Negativo para metástases.
Uma notícia maravilhosa, certo? Sim, mas perigosa se interpretada isoladamente. Mesmo com o PET negativo, a combinação de alto volume tumoral e PSA elevado indicava uma chance estatística de 22% de haver micro-metástases nos gânglios linfáticos — pequenas demais para serem vistas pela máquina, mas letais se deixadas no corpo.
Decidimos mudar a estratégia. Não faríamos apenas a remoção da próstata. Realizamos uma Prostatectomia Radical Robótica com Linfadenectomia Estendida.
O Padrão: Remover de 4 a 6 gânglios linfáticos.
O que fizemos: Removemos 26 gânglios.
Essa decisão não foi baseada em medo, mas em cálculo de risco e compromisso com a cura.
A Revelação Pós-Operatória: O "Upgrade" da Doença
A cirurgia foi um sucesso técnico, sem intercorrências. Mas foi o laudo final da patologia (a análise da próstata inteira após a retirada) que validou nossa estratégia agressiva e salvou a vida deste paciente.
A doença não era um Gleason 7 (Risco Intermediário). Era um Gleason 9 (4+5).
Estávamos diante de um câncer de altíssima agressividade. Se tivéssemos confiado apenas na biópsia inicial ou no PET-CT e realizado uma cirurgia conservadora (sem limpar extensamente os gânglios), teríamos deixado para trás as rotas de fuga do câncer.
Felizmente, graças à linfadenectomia estendida e à precisão da cirurgia robótica, conseguimos:
Margens Cirúrgicas Livres: Todo o tumor foi removido.
Linfonodos Negativos (0/26): Conseguimos comprovar que a doença não havia escapado.
O Caminho para a Recuperação Plena
Agora, nosso foco muda do combate ao câncer para a qualidade de vida. O paciente já iniciou um protocolo rigoroso de reabilitação:
Fisioterapia Pélvica: Imediata, para garantir o retorno rápido da continência urinária.
Reabilitação Peniana: Uso de medicamentos e terapia de ondas de choque para preservar a função erétil.
Nosso "farol" agora será o PSA. Daqui a 45 dias, esperamos um valor abaixo de 0,2 ng/mL. Se isso ocorrer, decretamos o "Controle de Cura".
Conclusão: Por que Escolher a Expertise Importa?
Este caso reforça uma lição que levo para cada cirurgia: na oncologia, não existe "caso simples".
O cirurgião moderno deve atuar como um navegador experiente em águas turbulentas. Ele precisa cruzar dados da ressonância, da biópsia, do PET-CT e dos calculadores de risco clínico. E, quando as informações são conflitantes, ele deve sempre pecar pelo excesso de zelo em favor da segurança do paciente.
Nós chegamos a tempo. Transformamos um diagnóstico de Gleason 9 — potencialmente fatal — em uma história de sucesso com margens livres e perspectiva de cura.
Se você ou alguém da sua família está enfrentando um diagnóstico de câncer de próstata, ou se seus exames apresentaram alterações suspeitas, não se contente com a primeira resposta. A profundidade da investigação e a precisão da estratégia cirúrgica definem o futuro.
Sua saúde merece essa atenção aos detalhes.
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Dr. Bruno Benigno | Urologista | CRM SP 126265 | RQE 60022
Equipe da Clínica Uro Onco - São Paulo - SP










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