O tratamento cirúrgico do câncer de próstata.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), aproximadamente 90.000 casos novos de câncer de próstata são esperados em 2018. Boa parte destes casos (70%) são diagnosticados nos estágios iniciais da doença.
A cirurgia ou a radioterapia são as principais modalidades de tratamento e sua escolha depende de características de cada caso, assim como idade e outros problemas de saúde associados.
A remoção completa da próstata é conhecida como a cirurgia de prostatectomia radical. Pode ser feita através da técnica aberta (incisão ampla abaixo do umbigo) ou através da técnica com auxilio de uma câmera e finas pinças, a laparoscopia.
A partir dos anos 2000, nos EUA, a utilização de um equipamento de braços robóticos de alta precisão e controlados pelo cirurgião, através de um console instalado na sala de operação, vem ganhando espaço no mundo todo.
No Brasil, a técnica ainda é limitada a grandes centros e seus custos não são integralmente cobertos pelas operadoras de saúde.
A cirurgia laparoscópica (com ou sem auxílio de robótica) tem como vantagem:
melhor visualização da anatomia, através da magnificação da imagem
Visão em 3D na cirurgia robótica
Menor sangramento
Menor dor no pós operatório
Alta precoce do hospital
Menor tempos de utilização de cateter de silicone na uretra após a cirurgia
Menor tempo até a recuperação da continência urinária
Maior chance de identificação e preservação dos nervos de conduzem os estímulos de ereção ao redor da próstata
Quais as desvantagens da cirurgia com robótica:
Custos elevados para a realidade Brasileira (Saiba mais aqui)
Ainda restrita a grandes centros
Poucos profissionais habilitados para este tipo de procedimento no Brasil
Recuperação após a cirurgia
O tempo de internação hospitalar médio após a prostatectomia robótica é de 1 a 2 dias.
A cirurgia costuma durara de 2 a 3 horas e o homem será levado ao quarto após o procedimento.
Em situações especiais, a equipe clínica pode solicitar um breve período de observação em unidade semi-intensiva.
A alimentação será liberada de 5 a 6 h após a cirurgia e você poderá sair da cama normalmente horas após.
No momento da alta seu médico passará uma lista de orientações quanto a alimentação, repouso, cuidados com o curativo, medicações e data de retorno.
Todos os homens vão para casa utilizando uma sonda (cateter) de silicone maleável na uretra, conectado a uma bolsa coletora de urina externa para a coleta de urina.
Esta sonda é importante para garantir a cicatrização adequada da uretra e bexiga e evitar vazamentos de urina dentro da cavidade abdominal.
Em casa, a bolsa coletora de urina deve ser esvaziada regularmente.
A remoção do cateter e rum procedimento simples, indolor e realizado no próprio consultório do seu médico.
Após a retirada da sonda é comum ocorrerem perdas involuntárias de urina ao caminhar ou tossir. Esses sintomas tendem a melhorar gradativamente e a fisioterapia pélvica pode ser aplicada para acelerar o processo.
A ereção também é um ponto de atenção pós-operatória. A estimulação para o retorno é feita através de medicações orais que auxiliam na vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo no pênis.
A recuperação funcional é um processo que costuma acontecer nos primeiros 6 meses apos a cirurgia. Porém, alguns homens podem levar até 18 meses para uma recuperação total. A cirurgia com robótica diminui este tempo para a recuperação.
Em alguns casos, procedimento adicionais, com o o implante de prótese peniana ou esfíncteres urinários artificiais, podem ser utilizados para o tratamento de quadros graves de incontinência urinária ou disfunção erétil.
Por: Dr. Bruno Benigno
CRM SP 126265