Em seu canal no Youtube, o Dr. Bruno Benigno (CRM SP 126265), urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, responde diversas dúvidas frequentes de seus pacientes em formato de vídeo. Para conferir as informações, acesse o vídeo abaixo ou continue lendo.
Duplo J para dilatar o Canal - depois de quanto tempo pode ser realizada uma nova cirurgia?
Em casos de retirar uma pedra no canal do ureter, existem riscos muito grandes de romper o canal, então a solução encontrada é colocar o cateter duplo J para desobstruir o fluxo de urina do rim até a bexiga e esperar o processo inflamatório melhorar.
A partir disso, são indicados antibióticos, anti-inflamatórios e depois de 7 a 15 dias já é possível fazer uma nova intervenção.
O ureter estará mais dilatado e ficará mais fácil para o cirurgião conseguir fragmentar o cálculo, com menos riscos de ruptura inadvertida do ureter inflamado.
Resumindo: a partir de sete dias depois da cirurgia inicial já é possível fazer a retirada do cálculo.
O Dr. Bruno Benigno ainda completa que cada caso é um caso e tem particularidades, pessoas que têm infecção urinária associada, por exemplo, esperam pelo menos 15 dias.
É possível que o Cateter Duplo J se quebre dentro do organismo?
Em seu vídeo, o Dr. Bruno Benigno explica que a chance do cateter quebrar espontaneamente e se fragmentar é praticamente zero. O que acontece é que toda pessoa que usa o cateter duplo J tem a chance de começar a formar ‘'cristais’’ ao redor do cateter, sedimentados da própria urina.
Esses pequenos ‘’cristais’’ ficam no molde do cateter e podem até formar uma pedra no formato do duplo J.
Esse é um sinal de que o cateter já está posicionado por muito tempo e deve ser removido.
Qual a anestesia utilizada no procedimento? Raqui ou sedação?
O Dr. Bruno explica que a raquianestesia não é necessária nesse procedimento, ele pode ser feito com sedação. Na Clínica Uro Onco esse procedimento é sempre feito com sedação, fazendo com que o paciente durma.
Contudo, antes é feita uma anestesia local com uma xilocaína em forma de geleia. Ou seja, o paciente vai para uma sala de operação e o anestesista o coloca para dormir - como se fosse uma endoscopia - o urologista entra pelo canal da uretra e remove o cateter duplo J. Logo em seguida, por volta de cinco ou dez minutos, o paciente já está acordado.
Quanto tempo leva a retirada do cateter?
O especialista explica que a retirada em si é rápida, levando em torno de 10/15 minutos. Mas todo o processo que envolve o paciente dormir, fazer o procedimento e acordar, é provável que tudo leve cerca de duas horas.
O ideal é se programar para perder praticamente uma manhã inteira ou um período inteiro da tarde para esse procedimento.
Quanto tempo pode ficar com o Duplo J no organismo? Existe limite?
Sim. Por exemplo, um período de um ano e seis meses é acima do tempo de qualquer limite considerado razoável para usar duplo J, que normalmente é de até três meses.
Por conta da pandemia, muitas pessoas tiveram o seu processo de retirada adiado, mas é de grande importância que seja feita uma avaliação especializada com um urologista, fazer novos exames de imagem como o ultrassom, uma tomografia para ver se o cateter não acumulou cálculos ao redor, se não existe uma infecção urinária...
Então sim, existe limite e é preciso ter atenção ao tempo que o mesmo está no organismo, pois em muitos casos será necessário retirá-lo com uma prioridade.
Existe risco de perder a filtração do rim?
Todo mundo que tem um bloqueio no rim por muito tempo corre esse risco, mas em casos onde o bloqueio do rim é menor que 1 mês, por exemplo, pela presença de um cálculo, provavelmente não existirá uma perda definitiva da filtração do rim.
Porém, quanto mais rápida a avaliação médica, melhor.
Avaliamos o tamanho e localização para saber se o cálculo tem chance de ser eliminado espontaneamente. Caso não haja a possibilidade de esperar a eliminação espontânea, uma cirurgia de urgência pode ser indicada.
Em casos de bloqueio do rim por um intervalo curto de tempo (um ou dois meses) geralmente a situação da filtração do rim é totalmente revertida, todavia, quando o bloqueio fica por muito tempo existe sim o risco de perder a filtração do rim.
É muito importante que mesmo que o paciente não tenha sintomas, um acompanhamento com o urologista seja feito para ter certeza que a pedra foi eliminada, e também fazer um acompanhamento preventivo para diminuir o risco de formar novos cálculos no futuro.
Escrito por: Sofia Carnavalli | Assessoria de Imprensa
do Dr. Bruno Benigno (CRM SP 126265).
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