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Efeitos colaterais do bloqueio da testosterona em homens com câncer de próstata

Introdução

  • Importância dos efeitos colaterais relacionados ao bloqueio da testosterona em homens com câncer de próstata (bloqueio da testosterona)


Papel da testosterona

  • Funções biológicas da testosterona no corpo humano (bloqueio da testosterona)

  • Estímulo do crescimento das células do câncer de próstata


Testosterona no organismo

  • Produção nos testículos e na glândula suprarrenal

  • Ação da hipófise na estimulação da produção de testosterona


Bloqueio da testosterona
  • Situações em que é necessário bloquear a testosterona

  • Tradicionalmente realizado em casos de metástase

  • Exceção: homens que optam por radioterapia e possuem doença agressiva


Métodos de bloqueio da testosterona
  • Cirurgia de castração versus bloqueadores químicos

  • Drogas agonistas e antagonistas da produção de testosterona

  • Novas drogas: Degarelix e Relugolix


Efeitos colaterais do bloqueio da testosterona
  • Osteoporose

  • Alterações de memória e demência

  • Perda de massa muscular

  • Diminuição da libido


Contato e perguntas
  • Informações de contato do médico

  • Convite para deixar perguntas nos comentários



Abaixo leia a transcrição do texto do vídeo:


Os efeitos colaterais relacionados ao bloqueio da testosterona em homens com câncer de próstata têm sido um tema de grande relevância no campo médico. As dúvidas em torno desse assunto são frequentes e levantam questões sobre o papel desempenhado pela testosterona nessa condição, o mecanismo de estímulo, as consequências da sua supressão e as situações em que se faz necessário bloquear esse hormônio.


A testosterona desempenha múltiplas funções biológicas além de servir como um combustível que pode estimular o crescimento das células cancerígenas. Compreender os papéis biológicos desempenhados pela testosterona e a importância de bloqueá-la apenas em situações específicas, não em todos os homens com câncer de próstata, é o objetivo deste vídeo.

Sou Bruno Benigno, médico urologista e uro-oncologista, diretor da clínica Uro Onco em São Paulo e um dos médicos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. É um prazer interagir com você por meio de nossas mídias sociais, especialmente no Instagram (@dr_benigno) ou pelo nosso site, www.clinicauroonco.com.br


Peço que considere se inscrever em nosso canal e compartilhar este conteúdo, caso ele tenha sido relevante para você. Agora, vamos adiante. Falaremos sobre a famosa testosterona.

A testosterona é uma molécula de alto peso molecular produzida nos testículos e na glândula suprarrenal. Trata-se de um hormônio, o que significa que ele exerce efeitos à distância, em órgãos distantes de sua origem. Essa é a definição de um hormônio.


Vale ressaltar que a testosterona não é exclusiva dos homens, pois também é produzida pelas mulheres, embora em quantidades muito menores.

A testosterona desempenha um papel importante em diferentes momentos da vida masculina, especialmente na fase embrionária, em que o feto requer estímulo desse hormônio para o desenvolvimento dos órgãos genitais externos, como pênis e testículos. Além disso, a testosterona é essencial na puberdade masculina, quando ocorre o crescimento acelerado e o desenvolvimento de características sexuais secundárias, como barba e mudança de voz. Na fase adulta, a testosterona também possui efeitos, como estimular a produção de espermatozóides, embora possa acarretar efeitos colaterais, como a calvície.



A testosterona, conhecida como o principal hormônio sexual masculino, desempenha um papel crucial em nosso organismo. No entanto, sua influência não ocorre de forma direta em todos os tecidos. É importante compreender a ação de uma enzima específica, denominada DHT (di-hidrotestosterona), que converte a testosterona em sua forma mais potente. A presença dessa enzima explica, em parte, por que a próstata é altamente suscetível aos efeitos da testosterona, já que ela é rica em DHT.

Vamos aprofundar um pouco mais nessa questão.


Como mencionei anteriormente, a testosterona é produzida nas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins. Essas pequenas glândulas, aproximadamente do tamanho de uma caixa de fósforos, são responsáveis por apenas 5% da produção total de testosterona no organismo. Os outros 95% têm origem nos testículos nos homens, e nos ovários nas mulheres.


No entanto, o estímulo para a produção desse hormônio vem do cérebro, mais precisamente de uma glândula chamada hipófise ou pituitária, que produz dois hormônios fundamentais: LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante). Esses hormônios estimulam os testículos a produzir testosterona, desempenhando um papel crucial nesse processo.


Portanto, para que tudo funcione adequadamente, é necessário um equilíbrio na produção e no funcionamento da glândula suprarrenal. Agora, vamos abordar os efeitos da testosterona no corpo humano. Como mencionado anteriormente, ela desempenha um papel fundamental em diversos órgãos, como músculos, ossos e características sexuais masculinas, como o crescimento de barba e pêlos faciais em geral.



É graças à testosterona que os homens são geralmente mais fortes fisicamente que as mulheres. Além disso, ela tem influência na pele, estimula o desenvolvimento dos órgãos sexuais e também afeta a produção de células sanguíneas.


Outro ponto importante a ser destacado é que a testosterona age por contato. Isso significa que as células cancerígenas da próstata competem com as células normais da mesma glândula. Devido à maior avidez dessas células pelo hormônio, elas crescem mais rapidamente do que as células do tecido normal, o que explica o papel da testosterona como um estimulante para o crescimento do câncer de próstata.


Agora, surge a pergunta: como diminuir a produção de testosterona? A resposta varia dependendo da situação. Tradicionalmente, a produção de testosterona só é bloqueada quando o câncer de próstata atinge um estágio de metástase, ou seja, quando a doença se espalha para outros órgãos.


Nesses casos, é necessário controlar a maior parte das células, e isso pode ser feito por meio de um procedimento conhecido como bloqueio hormonal, que pode ser realizado por castração cirúrgica ou química. Antigamente, a castração era feita por meio de cirurgia, na qual os testículos eram removidos.


No entanto, hoje em dia, existem medicamentos que desempenham essa função sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

É importante ressaltar que nem sempre é necessário remover os testículos ou realizar a castração química. Em casos de câncer de próstata detectado precocemente, quando a doença está localizada e não há metástase, muitas vezes o tratamento envolve apenas cirurgia ou radioterapia, sem a necessidade do bloqueio hormonal. No entanto, há uma exceção a essa regra.


Em homens que optam pela radioterapia e têm um câncer de próstata mais agressivo, mesmo sem metástase, o bloqueio da testosterona pode ser recomendado, geralmente por um período de seis meses a dois anos.


Quanto aos métodos de bloqueio hormonal, a forma cirúrgica, embora mais antiga, não é mais a única opção. Houve uma grande revolução no desenvolvimento de medicamentos, como a gosserreerilina, a triptorrelina e o famoso Zoladex, que desempenham o bloqueio da produção de testosterona nos testículos. Esses medicamentos podem ser administrados mensalmente, trimestralmente ou semestralmente, dependendo da apresentação fornecida pelo fabricante.


Além disso, em algumas situações em que é necessário reduzir imediatamente os níveis de testosterona, podem ser utilizados antagonistas diretos da produção do hormônio. Um exemplo recente é o Degarelix, comercializado como Firmagon, que interrompe praticamente a produção de testosterona em menos de 48 horas.


A castração química, procedimento comumente utilizado para inibir a produção de testosterona, hormônio associado ao desenvolvimento do tumor, ganha impulso com o Relugolix, um bloqueador de testosterona de administração oral. Esta nova droga tem se mostrado particularmente benéfica para pacientes com um alto volume de metástases, que correm risco de compressão da medula óssea ou que sofrem de aumento discreto da dor antes que a medicação faça efeito. A facilidade de administração via oral elimina a necessidade de injeções mensais ou trimestrais, oferecendo mais conveniência aos pacientes.


Outros fármacos também têm desempenhado um papel importante no combate ao câncer de próstata avançado. São os chamados antiandrógenos periféricos, que não interferem na produção de testosterona, mas atuam como antagonistas desse hormônio. Entre eles, o acetato de ciproterona tem sido amplamente utilizado no Brasil devido ao seu baixo custo, apesar de apresentar efeitos colaterais incômodos, como o aumento das mamas (ginecomastia) e um maior risco de infarto e eventos cardiovasculares. No entanto, na esfera privada, uma alternativa mais vantajosa já está disponível: a bicalutamida, comercializada como Casodex, que oferece efeitos colaterais reduzidos quando comparada ao acetato de ciproterona.


Nos últimos anos, os bloqueadores de testosterona de terceira geração têm sido a grande sensação no tratamento do câncer de próstata com metástases. Combinando o bloqueio periférico com o bloqueio central, essas drogas têm se mostrado altamente eficazes, especialmente em estágios avançados da doença, onde são utilizadas após a quimioterapia. No entanto, estudos recentes demonstraram que esses medicamentos também são efetivos em homens recém-diagnosticados com metástases, aumentando significativamente sua expectativa de vida. Essa descoberta tem sido considerada revolucionária, trazendo esperança para os pacientes com câncer de próstata avançado.


Embora esses avanços sejam promissores, é importante estar ciente dos possíveis efeitos colaterais do bloqueio de testosterona. O mais temido deles é a osteoporose, pois a testosterona desempenha um papel crucial na saúde óssea. No entanto, existem medicamentos disponíveis para reverter essa condição, e os pacientes devem ser monitorados regularmente por meio de exames de densitometria óssea. Outros efeitos colaterais, como alterações de memória e demência, afetam cerca de 5 a 10% dos pacientes submetidos ao bloqueio de testosterona. A perda de massa muscular e a diminuição da libido também são efeitos colaterais indesejáveis associados ao bloqueio de testosterona.


Com a redução dos níveis desse hormônio, os pacientes podem experimentar perda de massa muscular, ganho de massa gorda e alterações no desejo sexual, como diminuição da libido, dificuldades de ereção e interesse sexual reduzido. Esses efeitos colaterais representam desafios significativos, pois é essencial equilibrar o controle da doença com a minimização dos impactos adversos.


É importante ressaltar que, apesar dos potenciais efeitos colaterais, os benefícios desses tratamentos têm sido notáveis. Homens com câncer de próstata e metástases têm experimentado um aumento significativo na expectativa de vida graças ao uso desses bloqueadores de testosterona. Essas drogas representam uma verdadeira revolução no cenário médico, oferecendo esperança e prolongando a sobrevida desses pacientes.


Para aqueles que estão em consulta com seus médicos, é fundamental compreender a razão por trás da prescrição de um bloqueador de testosterona e estar cientes tanto dos benefícios quanto dos riscos associados ao tratamento. É recomendado que os pacientes busquem esclarecer suas dúvidas e preocupações junto aos profissionais de saúde, que estão preparados para oferecer orientações adequadas e cuidados personalizados.


Encerrando esta explanação, gostaríamos de agradecer a atenção de todos e nos colocar à disposição para responder às perguntas que surgirem nos comentários. Será um prazer interagir e fornecer informações adicionais.


Esperamos que este material tenha sido útil para que os pacientes cheguem às consultas médicas com conhecimento aprofundado sobre o uso de bloqueadores de testosterona, compreendendo tanto os benefícios significativos no aumento da expectativa de vida em casos de câncer de próstata com metástases, quanto os riscos e efeitos colaterais associados ao tratamento. Agradecemos novamente pela atenção e até a próxima oportunidade.


🔸contato: ☎(11) 2769-3929 📱(11) 99590-1506 | whatsapp: 📲 https://bit.ly/2HCRkgt 💻 https://www.clinicauroonco.com.br/ Agenda: http://bit.ly/2WMMiCI R. Borges Lagoa 1070, Cj 52 V. Mariana - São Paulo - SP Dr. Bruno Benigno CRM SP 126265 Urologista do H. Alemão Oswaldo Cruz Uro-oncologia e Cirurgia robótica Instagram: @dr_benigno

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