A indicação adequada da reversão de vasectomia é talvez o fator mais importante para o sucesso do procedimento.
O casal deve ser sempre orientado a respeito das chances de sucesso do procedimento, a fim de evitar expectativas acima ou abaixo da realidade.
Qualquer homem vasectomizado que deseje ter filhos é candidato à reversão de vasectomia, não havendo contra indicações absolutas ao procedimento.
Sendo assim, a taxa de sucesso do procedimento esperada para cada casal é o principal fator ser considerado ao decidir-se pela realização de reversão de vasectomia ou pela realização de fertilização in vitro (FIV), com recuperação de espermatozoides por punção de epidídimo.
Nem sempre a estimativa da taxa de sucesso da reversão de vasectomia é fácil, tendo em vista que muitos fatores influenciam nos resultados.
Os principais fatores que devem ser levados em consideração são os
seguintes:
1. Fator feminino de infertilidade:
é o primeiro fator a ser considerado, uma vez que a presença de fatores ovulatórios graves ou, principalmente, fatores obstrutivos que indiquem FIV e, portanto, impedem a concepção natural, contra indicam a reversão de vasectomia.
2. Tempo de vasectomia:
é importante ter em mente que não há um ponto de corte definido para o tempo de vasectomia que contraindique a reversão desta. O que se sabe é que quanto menor o tempo de vasectomia, melhores as taxas de sucesso e que as taxas apresentam uma queda gradativa, não havendo pontos de queda abrupta.
As taxas na literatura variam entre aproximadamente 95% de patência para os casos com menos de 5 anos e aproximadamente 50% para os casos com mais de 20 anos.
É importante considerar também que, em apenas aproximadamente metade dos casos com patência após a cirurgia atinge-se o objetivo final, que é a concepção natural.
3. Idade feminina:
não é um fator primário, mas deve ser considerada ao estimar-se a possibilidade de concepção natural
4. Idade masculina:
não há evidência de que a idade masculina tenha interferência nos resultados de reversão de vasectomia.
5. Antecedentes cirúrgicos:
tentativa de reversão de vasectomia prévia e punção de epidídimo anteriores são fatores que pioram as taxas de sucesso; no entanto, não contraindicam a reversão de vasectomia.
A reversão de vasectomia apresenta melhores resultados quando realizada por meio da técnica microcirúrgica e, sempre que factível, a vaso-vasoanastomose é a técnica de escolha. Outras técnicas, como a vaso-epididimoanastomose, podem ser usadas em situações especiais como nas obstruções epididimárias.
Os cuidados pós-operatórios são de extrema importância para o sucesso da cirurgia. Entre eles, devem ser ressaltados o repouso pós-operatório por uma semana, bem como o uso de suspensório escrotal, abstinência sexual por duas semanas e o repouso de atividades físicas vigorosas por quatro semanas.
As complicações são infrequentes e geralmente relacionadas à incisão cirúrgica.
A falha do procedimento pode ser considerada a principal complicação.
Escrito por: Dr. Bruno Benigno | Uronolgista | CRM SP 126265 | RQE: 60022
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