O que significa PI-RADS na ressonância da próstata?
- Dr. Bruno Benigno

- 10 de nov.
- 4 min de leitura
O que significa PI-RADS na ressonância da próstata?

Introdução
A ressonância magnética multiparamétrica (RMmp) transformou o diagnóstico do câncer de próstata. Entre suas ferramentas mais importantes está o PI-RADS, sigla para Prostate Imaging Reporting and Data System, um sistema padronizado que classifica a probabilidade de um achado ser maligno.Hoje, compreender essa escala é fundamental tanto para médicos quanto para pacientes que desejam entender os resultados de seus exames e decidir quando realmente é necessária uma biópsia.
O que é o PI-RADS e por que ele foi criado
O PI-RADS foi desenvolvido em 2012 pelo American College of Radiology em colaboração com a EAU e a Sociedade Internacional de Radiologia Urogenital. Seu objetivo é uniformizar a interpretação das imagens de RM da próstata e reduzir erros na indicação de biópsia.
A versão atual (PI-RADS v2.1, 2022) é a referência utilizada nas diretrizes EAU 2025 e NCCN 2025, servindo como padrão para relatórios radiológicos em todo o mundo.
Como a ressonância multiparamétrica funciona
A RMmp combina três tipos de informação:
Anatomia (T2-weighted): define a estrutura da próstata e suas zonas.
Difusão (DWI/ADC): avalia o movimento das moléculas de água nos tecidos; tumores limitam essa difusão.
Perfusão (DCE): mede a vascularização; tumores costumam ter fluxo sanguíneo mais intenso.
A combinação dessas sequências permite identificar lesões suspeitas antes da biópsia, evitando procedimentos desnecessários em até 30 % dos casos (Ahmed et al., Lancet 2017).
Classificação PI-RADS: o que significa cada número
Categoria | Probabilidade de câncer clinicamente significativo | Conduta sugerida |
PI-RADS 1 | Muito baixa | Nenhum sinal suspeito. Seguimento rotineiro. |
PI-RADS 2 | Baixa | Alterações provavelmente benignas. Monitorar PSA. |
PI-RADS 3 | Indeterminada | Pode ou não haver tumor. Depende de PSA, PHI e histórico. |
PI-RADS 4 | Alta | Lesão suspeita. Biópsia recomendada. |
PI-RADS 5 | Muito alta | Lesão quase certa de câncer. Biópsia direcionada. |
Lesões PI-RADS 4 ou 5 merecem investigação ativa, enquanto PI-RADS 3 depende de contexto clínico e laboratorial.

Por que PI-RADS 3 gera dúvidas
A categoria 3 é a mais desafiadora. Nela, o risco de câncer significativo varia de 12 a 20 %, segundo meta-análise de Woo et al. (Eur Urol, 2021).Nesses casos, a decisão é baseada em:
PSA total e livre;
densidade do PSA (> 0,15 ng/mL/cm³ aumenta risco);
histórico familiar e idade.
Muitas vezes, repete-se a ressonância em 6–12 meses para confirmar se a lesão permanece estável.
Biópsia guiada por imagem: precisão em tempo real
Com a integração da RM ao ultrassom (“fusão de imagens”), a biópsia é realizada diretamente no foco suspeito.Esse método aumenta a detecção de tumores clinicamente relevantes em até 40 % comparado à biópsia sistêmica tradicional (Siddiqui et al., JAMA 2015).
Em centros avançados, como a Clínica Uro Onco, esse protocolo é rotina para evitar subdiagnóstico e tratamentos desnecessários.

Limitações e falsos positivos
Nem toda lesão PI-RADS 4–5 é maligna. Prostatites crônicas ou hiperplasia nodular podem simular tumor. A interpretação exige experiência radiológica e integração com dados clínicos.
Segundo Turkbey et al. (Radiology 2023), a taxa de falsos positivos pode chegar a 15 % em serviços menos especializados — daí a importância de avaliar em centros de referência.
Ressonância multiparamétrica no seguimento pós-tratamento
Após cirurgia ou radioterapia, a RM ajuda a identificar recidivas locais e a planejar tratamentos de resgate. Combinada ao PET-PSMA, oferece precisão superior a qualquer método isolado.
O que muda para o paciente
Com a RMmp e o PI-RADS, o diagnóstico torna-se mais assertivo, reduzindo biópsias desnecessárias e permitindo identificar tumores agressivos precocemente. O resultado é mais segurança, menos ansiedade e melhor planejamento terapêutico.
Mensagem final
O PI-RADS não é um veredito, mas um mapa de probabilidade que guia o urologista na decisão de investigar ou observar. Interpretar essa escala de forma integrada aos dados clínicos é o que garante diagnóstico preciso e tratamento personalizado.
Referências
EAU Guidelines on Prostate Cancer 2025.
NCCN v2.2025 – Prostate Cancer.
Ahmed HU et al. Lancet 2017; 389:815–822.
Woo S et al. Eur Urol 2021; 79:303–314.
Turkbey B et al. Radiology 2023; 308:114–125.
Siddiqui MM et al. JAMA 2015; 313:390–397.
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Dr. Bruno Benigno | Urologista | CRM SP 126265 | RQE 60022
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