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O que significa PI-RADS na ressonância da próstata?

O que significa PI-RADS na ressonância da próstata?

Homem de meia-idade fazendo ressonância magnética em equipamento moderno.
Homem de meia-idade fazendo ressonância magnética em equipamento moderno.

Introdução

A ressonância magnética multiparamétrica (RMmp) transformou o diagnóstico do câncer de próstata. Entre suas ferramentas mais importantes está o PI-RADS, sigla para Prostate Imaging Reporting and Data System, um sistema padronizado que classifica a probabilidade de um achado ser maligno.Hoje, compreender essa escala é fundamental tanto para médicos quanto para pacientes que desejam entender os resultados de seus exames e decidir quando realmente é necessária uma biópsia.

O que é o PI-RADS e por que ele foi criado

O PI-RADS foi desenvolvido em 2012 pelo American College of Radiology em colaboração com a EAU e a Sociedade Internacional de Radiologia Urogenital. Seu objetivo é uniformizar a interpretação das imagens de RM da próstata e reduzir erros na indicação de biópsia.

A versão atual (PI-RADS v2.1, 2022) é a referência utilizada nas diretrizes EAU 2025 e NCCN 2025, servindo como padrão para relatórios radiológicos em todo o mundo.


Como a ressonância multiparamétrica funciona

A RMmp combina três tipos de informação:

  1. Anatomia (T2-weighted): define a estrutura da próstata e suas zonas.

  2. Difusão (DWI/ADC): avalia o movimento das moléculas de água nos tecidos; tumores limitam essa difusão.

  3. Perfusão (DCE): mede a vascularização; tumores costumam ter fluxo sanguíneo mais intenso.

A combinação dessas sequências permite identificar lesões suspeitas antes da biópsia, evitando procedimentos desnecessários em até 30 % dos casos (Ahmed et al., Lancet 2017).


Classificação PI-RADS: o que significa cada número

Categoria

Probabilidade de câncer clinicamente significativo

Conduta sugerida

PI-RADS 1

Muito baixa

Nenhum sinal suspeito. Seguimento rotineiro.

PI-RADS 2

Baixa

Alterações provavelmente benignas. Monitorar PSA.

PI-RADS 3

Indeterminada

Pode ou não haver tumor. Depende de PSA, PHI e histórico.

PI-RADS 4

Alta

Lesão suspeita. Biópsia recomendada.

PI-RADS 5

Muito alta

Lesão quase certa de câncer. Biópsia direcionada.

Lesões PI-RADS 4 ou 5 merecem investigação ativa, enquanto PI-RADS 3 depende de contexto clínico e laboratorial.

Comparativo visual entre PI-RADS 3 e PI-RADS 5 em imagem radiológica.
Comparativo visual entre PI-RADS 3 e PI-RADS 5 em imagem radiológica.

Por que PI-RADS 3 gera dúvidas

A categoria 3 é a mais desafiadora. Nela, o risco de câncer significativo varia de 12 a 20 %, segundo meta-análise de Woo et al. (Eur Urol, 2021).Nesses casos, a decisão é baseada em:

  • PSA total e livre;

  • densidade do PSA (> 0,15 ng/mL/cm³ aumenta risco);

  • histórico familiar e idade.

Muitas vezes, repete-se a ressonância em 6–12 meses para confirmar se a lesão permanece estável.


Biópsia guiada por imagem: precisão em tempo real

Com a integração da RM ao ultrassom (“fusão de imagens”), a biópsia é realizada diretamente no foco suspeito.Esse método aumenta a detecção de tumores clinicamente relevantes em até 40 % comparado à biópsia sistêmica tradicional (Siddiqui et al., JAMA 2015).

Em centros avançados, como a Clínica Uro Onco, esse protocolo é rotina para evitar subdiagnóstico e tratamentos desnecessários.

Profissional de saúde analisando parâmetros de difusão e perfusão em tela azul.
Profissional de saúde analisando parâmetros de difusão e perfusão em tela azul.

Limitações e falsos positivos

Nem toda lesão PI-RADS 4–5 é maligna. Prostatites crônicas ou hiperplasia nodular podem simular tumor. A interpretação exige experiência radiológica e integração com dados clínicos.

Segundo Turkbey et al. (Radiology 2023), a taxa de falsos positivos pode chegar a 15 % em serviços menos especializados — daí a importância de avaliar em centros de referência.


Ressonância multiparamétrica no seguimento pós-tratamento

Após cirurgia ou radioterapia, a RM ajuda a identificar recidivas locais e a planejar tratamentos de resgate. Combinada ao PET-PSMA, oferece precisão superior a qualquer método isolado.


O que muda para o paciente

Com a RMmp e o PI-RADS, o diagnóstico torna-se mais assertivo, reduzindo biópsias desnecessárias e permitindo identificar tumores agressivos precocemente. O resultado é mais segurança, menos ansiedade e melhor planejamento terapêutico.


Mensagem final

O PI-RADS não é um veredito, mas um mapa de probabilidade que guia o urologista na decisão de investigar ou observar. Interpretar essa escala de forma integrada aos dados clínicos é o que garante diagnóstico preciso e tratamento personalizado.


Referências

  1. EAU Guidelines on Prostate Cancer 2025.

  2. NCCN v2.2025 – Prostate Cancer.

  3. Ahmed HU et al. Lancet 2017; 389:815–822.

  4. Woo S et al. Eur Urol 2021; 79:303–314.

  5. Turkbey B et al. Radiology 2023; 308:114–125.

  6. Siddiqui MM et al. JAMA 2015; 313:390–397.


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Dr. Bruno Benigno | Urologista | CRM SP 126265 | RQE 60022

Equipe da Clínica Uro Onco - São Paulo - SP




 
 
 

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