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Uma cirurgia, duas soluções: como a robótica está mudando o tratamento da próstata e da hérnia


Em um hospital de São Paulo, um paciente de 68 anos chegou ao consultório relatando dois problemas aparentemente distintos: uma “bolinha” na virilha e dificuldade crescente para urinar.Nos exames, a coincidência se confirmou — hérnia inguinal recidivada e hiperplasia prostática benigna volumosa, uma combinação mais comum do que se imagina.


O quadro era complexo. A próstata ultrapassava os 100 gramas, comprimindo a uretra e impedindo o fluxo natural da urina. O paciente já havia precisado de uma sonda por retenção urinária após uma biópsia.Do outro lado, uma hérnia reincidente, fruto de uma cirurgia antiga, começava a causar incômodo e ansiedade.

Após discussão clínica detalhada, a equipe médica propôs um plano único: realizar, no mesmo ato cirúrgico, a enucleação robótica da próstata e a correção das hérnias inguinais.Um procedimento duplo, minimamente invasivo, com o objetivo de restaurar o bem-estar e eliminar de vez duas causas importantes de desconforto físico e emocional.


Quando a robótica conecta duas soluções

A cirurgia robótica consolidou-se como uma das maiores revoluções da urologia moderna.Com movimentos precisos, visão em 3D ampliada e controle absoluto, o cirurgião consegue atuar com segurança em áreas delicadas como a pelve, reduzindo sangramento, dor e tempo de internação.

Tradicionalmente, a correção de hérnia e o tratamento da próstata eram feitos separadamente.Mas a experiência clínica — e agora a literatura científica — mostram que, em casos bem selecionados, é possível e seguro tratar ambos no mesmo procedimento robótico, sem elevar riscos de infecção ou comprometer a cicatrização da bexiga.


O que dizem os estudos internacionais

Evidências recentes reforçam essa prática combinada:

  • Figueiredo et al. (Am J Surg, 2023) analisaram 96 pacientes submetidos à prostatectomia robótica associada à correção de hérnia, comparando com hernioplastias isoladas.Resultado: sem aumento de complicações, infecção ou recidiva, mesmo com o uso de tela cirúrgica.

  • Ludwig et al. (J Endourol, 2016) compararam pacientes com e sem reparo simultâneo de hérnia durante a prostatectomia.A única diferença foi um acréscimo de 30 a 80 minutos no tempo cirúrgico — sem impacto na recuperação ou no tempo de internação.

  • Kaler et al. (J Endourol, 2016) publicaram uma revisão sobre o tema, destacando que o reparo concomitante previne futuras cirurgias, economiza custos e melhora o conforto pós-operatório.

  • Em paralelo, Sánchez-Ortiz et al. (J Urol, 2016) mostraram que pacientes com sintomas urinários severos — IPSS ≥15 — têm cinco vezes mais risco de apresentar hérnia inguinal, reforçando a lógica de correção simultânea.

Nenhum desses estudos relatou aumento de infecção, dor crônica ou falhas de cicatrização, mesmo na presença de uma anastomose vesicouretral recente.


Por dentro da técnica

Na cirurgia robótica combinada, duas abordagens principais podem ser utilizadas:

  • TAPP (Transabdominal Preperitoneal): acesso pela cavidade abdominal, ideal para casos de prostatectomia robótica transperitoneal.

  • TEP (Total Extraperitoneal): realizada sem abrir o peritônio, preferida em abordagens extraperitoneais.


Durante o reparo da hérnia, o cirurgião posiciona uma tela de polipropileno ou compósito que reforça a parede abdominal e previne recidivas.A tela é fixada com suturas absorvíveis ou tack de biopolímero — evitando contato com a bexiga e reduzindo o risco de complicações.

No mesmo ato, o robô realiza a enucleação da próstata aumentada, removendo o tecido benigno que bloqueia a passagem da urina.O resultado: um fluxo urinário livre, menos esforço da bexiga e resolução definitiva da hérnia.


O paciente no centro da decisão

Antes da cirurgia, o paciente passou por estudo urodinâmico, que revelou uma bexiga “de esforço”, forçando demais para urinar — sinal de alerta para risco de dano funcional se o tratamento fosse adiado.Após avaliação cardiológica e controle de infecção urinária, foi considerado apto ao procedimento.


Durante a internação, a equipe explicou cada detalhe: a diferença entre uma enucleação robótica (tratamento benigno) e uma prostatectomia radical (tratamento oncológico).Essa clareza faz parte do cuidado centrado no paciente: oferecer tecnologia, mas também informação e tranquilidade.


Resultados esperados

O plano terapêutico prevê alta hospitalar em 24 horas, uso de sonda por alguns dias e retorno gradual às atividades.As taxas de recuperação urinária após enucleação robótica são altas, com melhora significativa da qualidade de vida.Já a correção da hérnia, feita pelo mesmo acesso, tem índices de recidiva inferiores a 2%.


No pós-operatório, a equipe acompanha de perto não apenas os aspectos urológicos, mas também função vesical, conforto pélvico e prevenção de constipação, fatores essenciais para evitar recidivas e otimizar a cicatrização.


Um novo paradigma na urologia moderna

A cirurgia robótica representa mais do que um avanço técnico: é um novo paradigma de integração terapêutica.Ao unir em um único ato cirúrgico a correção da próstata e da hérnia, reduz-se o impacto físico e emocional sobre o paciente, otimiza-se a recuperação e preserva-se a funcionalidade.

Casos como este refletem o futuro da urologia — uma medicina menos invasiva, mais precisa e centrada no ser humano.


Se você ou alguém próximo enfrenta sintomas urinários, uso prolongado de sonda ou hérnias recorrentes, procure uma equipe especializada em cirurgia robótica.Em muitos casos, uma única operação pode devolver conforto, autonomia e qualidade de vida.




Dr. Bruno Benigno | Urologia, Oncologia e Cirurgia RobóticaClínica Uro Onco – São Paulo – SPwww.clinicauroonco.com.br  | WhatsApp: +55 (11) 99590-1506Instagram: @dr_benigno  | LinkedIn: Dr. Bruno Benigno


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