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Câncer de Bexiga Tem Cura. Entenda o Diagnóstico e Tipos de Tratamento.

Atualizado: 5 de jan. de 2023

Em seu canal no YouTube, o Dr. Bruno Benigno (CRM SP 126265), urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Diretor da Clínica Uro Onco, preparou um vídeo sobre o câncer de bexiga.

Para conferir mais sobre o assunto, confira o vídeo abaixo ou continue lendo até o final.




O câncer de bexiga representa o terceiro câncer mais frequente do sistema urinário, ficando atrás apenas do câncer de próstata e do câncer de rim. A incidência do câncer de bexiga é de aproximadamente um indivíduo para cada 100 mil habitantes, sendo considerado um tumor pouco frequente. (1)

No Brasil, espera-se aproximadamente de 16 a 19 mil casos novos de câncer de bexiga diagnosticados anualmente. Cerca de 70% dos casos são detectados na fase precoce, onde a doença ainda é superficial na bexiga.

Segundo o Dr. Bruno Benigno (CRM SP 126265), os principais fatores de risco para o surgimento da doença são:

  • 70% relacionados ao tabaco

  • 30% podem estar relacionados a questões genéticas ou exposição ocupacional a derivados do petróleo, como o benzeno.

Na maioria das vezes é um câncer silencioso e detectado através de um exame de rotina (ultrassom, por exemplo). Em 20% a 30% dos casos, pode se apresentar como um sangramento na urina e desconforto ao urinar. (2)


O emagrecimento e a perda de apetite são sintomas raros nas pessoas que têm o câncer de bexiga. Então, ao suspeitar da existência da lesão, o diagnóstico é feito por meio de um exame conhecido como cistoscopia.


A cistoscopia nada mais é do que um tipo de endoscopia pela uretra, onde uma micro câmera filma o interior da bexiga e é capaz de fazer biópsias de uma lesão suspeita.

O material removido na biópsia é enviado ao laboratório para confirmação do diagnóstico e identificação das características de agressividade.

Essa cistoscopia pode ser seguida (no mesmo ato) de um procedimento chamado raspagem, conhecida pelos médicos como R.T.U ( Ressecção Trans Uretral), que nada mais é do que uma biópsia mais completa, capaz de retirar todo o tumor e aspirar os fragmentos.

Após a retirada do tecido suspeito, o material vai para a análise no laboratório e o laudo fica pronto em torno de quatro a cinco dias.

Após a raspagem (RTU), o paciente fica internado de um a dois dias e segue de alta. O procedimento é de pequeno porte e o paciente recebe uma anestesia geral ou raqui.

Sabemos que o tumor mais frequente de bexiga é do tipo urothelial (carcinoma urotelial de bexiga), entretanto, o Dr. Bruno ressalta que também é muito importante identificar a profundidade da invasão do tumor na musculatura da bexiga. (3)

O médico explica que "Quando o tumor invade a camada muscular profunda da bexiga, há uma alta probabilidade das células malignas ganharem a circulação linfática e sanguínea, podendo levar ao um quadro de doença disseminada, conhecida como metástase".

Até o momento (2021), a doença em estágio de metástase não tem cura e pode apenas ser controlada por um período curto de tempo, de meses a poucos anos.

Já os tumores de bexiga que são superficiais (atingindo a mucosa ou apenas a camada de gel), podem ser tratados simplesmente com a raspagem, associada ou não à aplicação de uma vacina chamada BCG, colocada dentro da bexiga através de uma sonda. (4–6)

O tratamento de tumor na bexiga superficial, com a intenção de cura, vai de simplesmente uma raspagem (RTU) de lesões superficiais até a retirada completa da bexiga.

A retirada completa da bexiga é uma cirurgia de alta complexidade e realizada por equipes experientes em grandes centros médicos. A quimioterapia pode ser necessária antes da cirurgia em casos selecionados.(7)

Existem várias técnicas para a substituição da bexiga e reconstrução do sistema de drenagem da urina. Em nosso site, você pode acessar um conteúdo especialmente dedicado a este tema.

Quando a doença disseminou para outros órgãos, estado de metástase, a cura não é possível até o momento (2021). Contudo, existem algumas medicações, como a quimioterapia e a imunoterapia, capazes de controlar a doença e prolongar a expectativa de sobrevivência dos pacientes. (8)

Posto isso, é evidente que o diagnóstico precoce é muito importante para aumentar as chances de cura.

Ao confirmar o diagnóstico de câncer de bexiga, a ressonância magnética ou tomografia são exames úteis para identificar o comprometimento de outros órgãos fora do órgão, como fígado, pulmões, etc.

Em determinados casos um exame chamado ``PET CT`` pode ser solicitado. Trata-se de uma tomografia em conjunto com a cintilografia de corpo total, visando identificar se existem outros focos da doença não identificados em exames convencionais.

As possibilidades de reconstrução da bexiga para pessoas que precisam remover o órgão são:

  • Neobexiga, ou nova bexiga: um reservatório confeccionado com uma parte do intestino implantado no local ocupado pela bexiga removida.

  • Derivações urinárias: desvio da urina que vem do rim. Ao invés de cair onde era o órgão, ela é desviada para uma bolsinha instalada na pele do abdome do paciente. A bolsa coletora armazena a urina no decorrer do dia e o paciente precisa esvaziar periodicamente.

Nos envie suas perguntas. Será um prazer difundir informação relevante e de qualidade.

A intenção deste conteúdo foi falar um pouco sobre os fatores de risco relacionados ao câncer de bexiga, diagnóstico, estadiamento, formas de tratamento e principalmente trazer um pouco mais de informação de qualidade para aqueles que procuram a respeito.

Não use este conteúdo de forma a substituir as orientações do seu médico(a).

Não inicie ou interrompa qualquer tratamento baseado neste conteúdo

Compartilhe todos os seus sintomas com sua equipe médica.

Nós, da Clínica Uro Onco, seguimos à disposição caso necessário.




1. Estatísticas do Câncer no Brasil em 2018 - INCA [Internet]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer

2. Herr HW, Bajorin DF, Scher HI. Neoadjuvant chemotherapy and bladder-sparing surgery for invasive bladder cancer: ten-year outcome. :4.

3. Giacalone NJ, Shipley WU, Clayman RH, Niemierko A, Drumm M, Heney NM, et al. Long-term Outcomes After Bladder-preserving Tri-modality Therapy for Patients with Muscle-invasive Bladder Cancer: An Updated Analysis of the Massachusetts General Hospital Experience. Eur Urol. junho de 2017;71(6):952–60.

4. Pettenati C, Ingersoll MA. Mechanisms of BCG immunotherapy and its outlook for bladder cancer. Nat Rev Urol [Internet]. 10 de julho de 2018 [citado 5 de agosto de 2018]; Disponível em: http://www.nature.com/articles/s41585-018-0055-4

5. Kamat AM, Colombel M, Sundi D, Lamm D, Boehle A, Brausi M, et al. BCG-unresponsive non-muscle-invasive bladder cancer: recommendations from the IBCG. Nat Rev Urol. abril de 2017;14(4):244–55.

6. Oddens J, Brausi M, Sylvester R, Bono A, van de Beek C, van Andel G, et al. Final Results of an EORTC-GU Cancers Group Randomized Study of Maintenance Bacillus Calmette-Guérin in Intermediate- and High-risk Ta, T1 Papillary Carcinoma of the Urinary Bladder: One-third Dose Versus Full Dose and 1 Year Versus 3 Years of Maintenance. Eur Urol. março de 2013;63(3):462–72.

7. Grossman HB, Speights VO. Neoadjuvant Chemotherapy plus Cystectomy Compared with Cystectomy Alone for Locally Advanced Bladder Cancer. N Engl J Med. 2003;8.

8. Necchi A, Anichini A, Raggi D, Briganti A, Massa S, Lucianò R, et al. Pembrolizumab as Neoadjuvant Therapy Before Radical Cystectomy in Patients With Muscle-Invasive Urothelial Bladder Carcinoma (PURE-01): An Open-Label, Single-Arm, Phase II Study. J Clin Oncol. dezembro de 2018;36(34):3353–60.






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