Terapia Focal (HIFU, etc) no Câncer de Próstata: Menos é Mais?
- Dr. Bruno Benigno
- há 1 dia
- 3 min de leitura
Você sabia que até 50% dos homens diagnosticados com câncer de próstata de risco intermediário (Gleason 3+4 = 7) poderiam evitar os efeitos colaterais da cirurgia radical? Uma nova era no tratamento focado está ganhando força — e pode transformar o cuidado oncológico masculino.
O que é terapia focal?
A terapia focal é uma abordagem de tratamento direcionado para o câncer de próstata que visa destruir apenas a área afetada pelo tumor, poupando o restante da glândula. A ideia central é oferecer controle oncológico com menos impacto na qualidade de vida — especialmente em termos de continência urinária e função sexual.
Dados apresentados no AUA 2025
Durante o congresso em Las Vegas, foi reforçado que a terapia focal se consolida como uma opção válida em pacientes selecionados com doença de risco intermediário, especialmente Gleason 3+4, volume tumoral limitado e lesões visíveis na ressonância magnética.
Destaques apresentados:
Taxas de controle local superiores a 85% em 3 anos.
Margem de ablação recomendada: 10 mm ao redor da lesão-alvo.
Modalidades utilizadas: HIFU, crioterapia e eletroporação irreversível (IRE).
Possibilidade de retratamento ou conversão para cirurgia radical em caso de recidiva.
Quem são os candidatos ideais?
A seleção criteriosa é a chave. O paciente ideal:
Tem câncer de próstata com uma única lesão dominante visível em imagem.
Apresenta PSA controlado e sem sinais de doença extracapsular.
Valoriza a preservação da função sexual e continência.
⚠️ Exclusões importantes:
Doença de alto risco.
Tumores apicais ou múltiplos focos não detectáveis por imagem.
Avanços e desafios discutidos
Uso crescente de PET-PSMA e IA para análise de imagem na identificação da lesão dominante.
Necessidade urgente de estudos randomizados comparativos com cirurgia e radioterapia.
Debate ético: a terapia focal ainda é considerada experimental em alguns países, incluindo o Brasil.
Minha opinião como especialista
Como uro-oncologista e cirurgião robótico com mais de 2.500 cirurgias orientadas, percebo que a terapia focal vem preencher uma lacuna importante entre a vigilância ativa e os tratamentos radicais. Porém, ela deve ser oferecida com responsabilidade, em centros com expertise em imagem e seguimento rigoroso.
Principais aprendizados
A terapia focal oferece qualidade de vida superior com controle oncológico promissor em casos selecionados.
A tecnologia atual (RM multiparamétrica, PET-PSMA) melhora a seleção dos pacientes.
O acompanhamento pós-terapia é essencial e contínuo, com PSA, RM e eventualmente rebiopsias.
Se você ou um familiar recebeu o diagnóstico de câncer de próstata, agende uma avaliação especializada. Podemos discutir todas as opções — inclusive as minimamente invasivas — para tomar a decisão mais segura e personalizada.
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Dr. Bruno Benigno | Urologista | CRM SP 126265 | RQE 60022
Equipe da Clínica Uro Onco - São Paulo - SP
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